Entrevista com Eva Chau
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Entrevista com Eva Chau

Atualizado: 21 de abr.

Após lermos o fantástico livro da Eva, fundadora de Rose Pages,"Poetry from the Heart and the Mind", tivemos a honra de entrevistar a autora. Lê em baixo o que a autora disse sobre o livro, os seus sonhos, a escrita e muito mais.


E se quiseres ler as nossas Review do Livro carrega aqui.

1. De que forma é que a tua relação com as palavras te impulsionou a criar o “Rose Pages”?

Quando iniciei a minha carreira de autora com Hope, apesar de ter pesquisado previamente e ter aprendido algo, foi muito às cegas. Existe pouca informação de como publicar independentemente em português, tudo o que aprendi foi através do YouTube e alguns sites em inglês, mas sei que nem toda a gente sabe inglês e a publicação independente, ou edição de autor como lhe chamamos cá, é algo ainda muito recente.

O meu objetivo com Rose Pages, um projeto que já estava a pensar em criar há muito tempo, é ajudar os autores, nesta área que muito pouca ajuda têm, e dar a conhecer mais sobre a mesma. Eu não tive nenhum sítio específico que me ajudasse nisso e há medida que vou aprendendo mais quero também partilhar mais conhecimento.


2. Esta experiência está a corresponder às tuas expetativas?

Sendo muito honesta, apesar de ter andado com a ideia do projeto durante quase 2 anos antes de finalmente a começar, já passou por muitas fases, algumas que serão mais para o futuro, outras que acabei por deixar. Não tive nenhum curso em marketing ou em criação de negócios ou assim, então ainda estou a aprender. Pois apesar de querer ajudar os autores e dar conhecimento, para o fazer e conseguir chegar a mais pessoas, assim como quando se publica um livro, ser escritor não chega, tenho que ter muitos mais papéis o que me sobrecarrega às vezes, porém estou a criar uma equipa que já inclui algumas meninas que me estão a ajudar (incluindo tu haha) e isso já me tira algum peso.

Ao ínicio tinha muito que queria fazer e apesar de continuar com essas ideias, aprendi que tenho que fazer uma de cada vez, e mesmo que demore mais tempo acredito que é o melhor método para o sucesso.


3. Onde pretendes levar este projeto?

Este projeto está em progresso, ainda tem muito que melhorar e trazer para todos os que o apoiam, mas se pensar alto, quero levá-lo a um ponto que consegue realmente ajudar muitos autores e ter um bom impacto na área da literatura.


4. Este teu primeiro livro, o de poesia, aborda, essencialmente, o conflito Razão-Emoção. Dirias que ainda te revês neste contexto?

Sim muito, e honestamente acho que muita gente consegue-se identificar nesse aspeto, o conflito entre o que a mente nos diz e o que o coração sente, entre a lógica e o instinto. Eu tenho o meu sol em Peixes e o meu ascendente em Virgem e para quem gosta de signos pode saber que esses são opostos no zodíaco, Peixes o sentimental e Virgem o lógico, em mim estão sempre em conflito porém tenho aprendido a trabalhar com os dois, e apesar de serem opostos trabalham muito bem juntos, pois complementam-se, dão ao outro o que lhe falta, uma diferente perspetiva. E acho que ao invés de tentarmos escolher um ou o outro devíamos ouvir os dois, eu sou uma pessoa que segue o meu instinto, aprendi que quando o negava arrependia-me, e este nunca me desapontou, mas não o sigo às cegas, utilizo também a minha lógica para conseguir desvendar alguns cenários possíveis e saber se realmente estou a levar-me apenas pela emoção ou não.

Por vezes também precisamos de nos deixar sentir quando as emoções estão muito ao de cima, por isso é que escrevi este livro, por isso é que tenho uma espécie de diário onde escrevo quando a minha na cabeça está a mil, porque quando nos deixamos sentir, assim que a emoção acalma conseguimos ver as coisas mais claramente, só assim conseguimos fazer uma decisão utilizando ambos os lados e não apenas um.


5. As ilustrações do livro também são da tua autoria. Como é que foi esse processo criativo?

Eu tirei uma licenciatura em Arte e Design e numa das cadeiras tínhamos que fazer um trabalho onde de criávamos um livro do alfabeto com algumas ilustrações, eu decidi fazer as ilustrações de flores cujo os nomes começavam com cada letra. Quando escrevi o livro Poetry from the Heart and the Mind achei uma boa ideia colocar algumas ilustrações e foi quando me lembrei das flores todas que desenhei. Flores são frágeis e belas, mas também podem ser venenosas ou curar-nos, assim como os sentimentos então pensei que fossem apropriadas para o tema.


6. Em referência ao teu poema “Dreams”: acreditas que há sonhos grandes demais para serem sonhados?

Não acho que nada seja grande demais para ser sonhado, mas claro que realizar pode ser diferente, existem mais obstáculos na vida real do que na nossa mente. Sonhar e ter sonhos dão nos esperança, algo essencial para o ser humano, mas também devemos saber distinguir o que realmente está dentro do nosso poder, aquilo que realmente conseguimos fazer e não. Atenção que a opinião dos outros nesse sentido não interessa pois só tu próprio é que sabes os teus limites, e o que estás disposto a fazer para alcançar o que queres.

Há sonhos que estão melhor apenas na nossa cabeça, mas muitos, mais do que às vezes podemos acreditar podem ser tornados em objetivos e realizados. Porque um sonho ficará sempre um sonho se não o tornar-mos em objetivo.

Eu acredito que somos capazes de realizar tudo aquilo em que nos esforçar-mos.


7. Qual é o teu Sonho?

Esta é difícil haha sonhos tenho muitos e estão em constante evolução. Mas o meu principal objetivo na vida é ser feliz a viver daquilo que mais gosto fazer e sem grandes preocupações. Uma vida em que possa satisfazer os meus desejos e que esteja em constante aprendizagem que não seja monótona mas que também não tenha drama, com paz mas entusiasmante, daquelas que acordas com vontade de te levantar.


8. O que é que para ti significa escrever?

Para mim, escrever é como melhor me comunico. É uma forma de organizar as ideias e conseguir acessá-las posteriormente, quando estou confusa escrevo e ao passar esses pensamentos para o papel é como se os estivesse organizar na minha mente, consigo afastar-me deles e ter uma visão mais ampla. Como digo no meu livro ”When you have a lot of thoughts in your head transfer them to paper and they no longer have a hold on you.” (Quando tens muitos pensamentos na tua cabeça, transfere-os para o papel e eles deixam de te controlar.).


9. Acreditas que na poesia te é mais fácil expressar ou preferes prosa?

Depende do que quero expressar, se quero expressar ideias e pensamentos utilizo mais a prosa, mas se quero expressar os meus próprios sentimentos gosto de criar poemas com eles.


10. Acreditas que Amar e seguir os nossos Sonhos são provas de Coragem?

100%. Muitas vezes as pessoas vêem a vulnerabilidade como uma fraqueza, para mim é coragem porque fugir é fácil, fugir do que sentimos, das situações, tudo, basta ignorá-las, mudarmo-nos, mas realmente enfrentá-las requere um grande esforço pessoal e é assim que crescemos e evoluímos. O ser humano tem uma capacidade extrema de entender os seus sentimentos e para o fazer é preciso conhecermo-nos, explorar partes de nós nunca vistas antes. Amar e seguir os nossos sonhos requer vulnerabilidade e determinação, costumam dizer não que não é para os fracos, e que normalmente estão associados então os sentimentos, mas é exatamente para quem sente, para quem não tem medo de ser desiludido, de ter o coração partido, para quem sabe que não interessa o que acontecer não vai fugir da situação e vai continuar a lutar pelo que quer, e isso, isso é é coragem.


11. Com que frequência escreves, atualmente? E de que formas?

Escrever, estou sempre a escrever, quer seja notas para histórias que tenho na minha mente, quer seja no diário, quer sejam artigos para Rose Pages, coisas que vou aprendendo. A escrita faz parte de mim, é a minha forma de expressão favorita. Mas se é de livros que te referes, bem isso anda um pouco parado, tem retornando aos poucos e tenho fases em que escrevo mais que outras, tenho andado a tratar de coisas na minha vida para que consiga começar realmente a focar-me naquilo que mais gosto.


12. Tens uma dinâmica de escrita mais planeada ou funcionas mais por fluidez?

Agora, um pouco das duas. Quando comecei era só por aquilo que me vinha à cabeça no momento, sem rumo, na esperança que funcionasse. Agora planeio um bocado antes, tenho pontos-chave, objetivos com o que quero escrever e o que quero abordar tudo organizado para quando me sentir sem inspiração (o que acontece mais frequentemente quando não temos um rumo) saber o que tenho que escrever. Uma coisa engraçada sobre a minha escrita nos livros é que eu sei sempre como quero que terminem antes de começar, talvez por isso mesmo quando não planeava até corria bem no fim, muitas vezes escrevo o último capítulo antes do meio da história e depois ajusto, mas tenho sempre esse guia pelo menos.

Como agora planeio é com aquilo que incluí no nosso Caderno de Autor, algo para ter uma base e não ir às às cegas mas para ter espaço para a criatividade do momento também.


13. Como lidas com um bloqueio criativo?

A melhor forma para mim de lidar com um bloqueio criativo é afastar-me e mudar o meu foco para outro lado, não pensar demasiado nisso. Os bloqueios acontecem quando estamos sobrecarregados, quando não descansamos o suficiente, então eu ponho isso de parte enquanto recupero a minha energia com aquilo que me inspira mais, quer seja estar na natureza, ver séries, ler livros, ouvir música, conviver com pessoas, desenhar, criar. Deixar a nossa mente descansar é a melhor forma de recarregar a sua criatividade.

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